Não é de hoje que a Netflix vem se envolvendo em algumas polêmicas. Depois de anunciar que ia cobrar taxa para aqueles usuários que utilizavam o seu serviço através da conta de terceiros e aumentar o valor da mensalidade, a plataforma está desenvolvendo um novo tipo de assinatura mais barato com anúncios durante a exibição das suas produções

Em meio a essas medidas, a plataforma fez algumas mudanças no Manual de Valores e Diretrizes da empresa, que sugere ao funcionário pedir demissão, caso se sinta ofendido com a produção de determinados conteúdos. 

O documento, disponível direto no site oficial da Netflix, foi modificado duas vezes ao longo dos últimos cinco anos e entre parágrafos excluídos e outros atualizados, a seção conhecida como “Expressão Artística” vem chamando bastante a atenção. Ela começa afirmando que a plataforma possui vários mecanismos que evitam aos usuários de assistirem conteúdos inadequados para os seus gostos: “Para ajudar os assinantes a fazerem escolhas bem informadas sobre o que assistir, contamos com classificações indicativas, avisos de conteúdo e ferramentas de controle para pais”.

A empresa ressalta que precisa ter uma variedade grande de produções que atendam os mais diversos gostos, independente do que os seus funcionários acham delas. “Nem todo mundo vai gostar ou concordar com tudo em nosso serviço. Enquanto cada título é diferente, nós os abordamos com o mesmo conjunto de princípios: apoiamos a expressão artística dos criadores com quem escolhemos trabalhar”, destaca o manual. 

Por fim, eles ainda ressaltam que caso as pessoas não se sintam à vontade em trabalhar com determinados tipos de conteúdo, talvez seja melhor que saiam da empresa: “Como funcionário, apoiamos os valores de que a Netflix oferece uma diversidade de histórias, mesmo que alguns títulos sejam contra nossos valores pessoais. Dependendo da sua função, será necessário trabalhar em títulos que você entende como perigosos. Se você achar difícil lidar com a imensidão de nosso conteúdo, talvez a Netflix não seja o melhor lugar para você.”

As mudanças vieram em decorrência, principalmente, das polêmicas envolvendo o especial de stand-up em que Dave Chappelle faz piadas de cunho homofóbico e transfóbico. Na época, vários funcionários se posicionaram contra a produção, que teve um gasto superior, em relação ao salário do comediante, do que sucessos internacionais, como Round 6. O CEO do serviço de streaming ressaltou que não modificaria nada no conteúdo.

Adoro Cinema/Liberdade FM - Foto - Divulgação