
O pastor Leonardo Sale, líder da igreja Pentecostal Templo dos Milagres (PTM), foi duramente criticado após minimizar a condição do autismo durante uma pregação registrada em vídeo e divulgada em seu perfil no Instagram. Ao interagir com um menino autista durante o culto, o pastor afirmou que a criança “não tem nada de autismo”, que “vai contra a medicina” e que a criança estaria sendo curada por Deus.Livros infantis
“Não tem nada de autismo. Eu tô indo contra a medicina. Deus tá fazendo um milagre na mente dele… Vai ser pregador. Vai ser profeta”, afirmou o pastor, ao lado do garoto de 12 anos.
A fala, que tratou o autismo como uma condição a ser eliminada, foi interpretada por muitos internautas como capacitista, desinformada e ofensiva. Especialistas e familiares de pessoas autistas apontaram que autismo não é doença e, portanto, não precisa de cura.
Reações nas redes: “Autismo não é doença”
Os comentários no post do vídeo viralizaram com duras críticas ao posicionamento do pastor.
“Pastor, autismo não é doença e sua fala é crime: capacitismo! Jesus faz milagres sim, mas autismo não é algo a ser curado”, escreveu @guilherme_anne_carol, em um dos comentários mais curtidos.
“Fiquei chocada agora. Autismo não é diabo. Inúmeras crianças maravilhosas são diagnosticadas diariamente e são bênçãos do Senhor”, escreveu @thay.meucotidiano.Livros infantis
Outros lembraram que falas como a do pastor colocam em risco avanços conquistados por pessoas autistas:
“Ele influencia milhares de pessoas. Esse tipo de discurso pode acabar com direitos conquistados com muita luta”, alertou o perfil @sindmobi.
Ainda houve tentativas de defesa, como no comentário de @olharnoespectro2020:
“Leonardo é pastor, não é médico nem terapeuta. Algumas palavras podem ser relevadas. Sou especialista e mãe de criança autista e tomei posse da bênção.”
A declaração, no entanto, foi amplamente criticada por outros seguidores, que a consideraram perigosa.
Discurso capacitista e desinformação
Para especialistas da área da saúde mental e ativistas do espectro autista, o problema central da pregação é tratar o autismo como algo negativo a ser expurgado, o que desconsidera a luta por inclusão, dignidade e respeito enfrentada diariamente por milhões de pessoas.Livros infantis
Além disso, minimizar o autismo como se fosse um “transtorno passageiro” ou “espiritual” contribui para a perpetuação de estigmas que dificultam o diagnóstico precoce e o apoio correto às famílias.
A declaração do pastor Leonardo Sale de que “não tem nada de autismo” ao se referir a uma criança de 12 anos gerou forte indignação nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a responsabilidade de líderes religiosos ao abordar temas de saúde pública.
Até o momento, o pastor não se pronunciou oficialmente sobre as críticas. A repercussão negativa segue crescendo, especialmente entre mães, pais e especialistas que trabalham com pessoas do espectro autista.
Autismo não é doença. Autistas não precisam de cura, mas de respeito.
O Fuxico Gospel/Liberdade FM - Foto - Divulgação