O estudo do Instituto de Políticas do King's College London disse que um grande número de britânicos não acredita mais em Deus. Além disso, a pesquisa mostrou que aumentou o número daqueles que dizem que “Deus não é importante em suas vidas”.


O estudo foi feito em dezenas de países, de acordo com o Christian Today e detectou que o afastamento das pessoas de Deus atingiu níveis recordes desde a década de 1980.


No resultado final do estudo, concluiu-se que, de todos os países estudados, o Reino Unido tem o nível mais baixo de religiosidade e crença.


‘Aumentou o número de ateus no Reino Unido’


Os pesquisadores descobriram também uma queda nas últimas quatro décadas, da crença de que existe o céu (espiritual), de pessoas que oram e que se identificam como religiosas.


As descobertas são da “Pesquisa de Valores Mundiais” — um estudo contínuo de valores políticos, sociais, econômicos, religiosos e culturais em 120 países desde 1981.


“No Reino Unido, 3.056 adultos na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte foram entrevistados para o estudo da Ipsos entre março e setembro de 2022. As descobertas revelam que a crença em Deus diminuiu drasticamente entre os britânicos, de três quartos que acreditavam em Deus em 1981, para pouco menos da metade (49%) em 2022”, diz o relatório. 


O conjunto de dados mais recente, publicado hoje, compara dados do Reino Unido e de 23 outros países, incluindo EUA, Itália, Suécia, Alemanha, França, Austrália, China, Coreia do Sul, Japão e Filipinas.


O estudo também apontou para o crescimento no número de ateus no Reino Unido — de 4% em 1981 para mais de 21% em 2022, por conta da popularidade acelerada do ateísmo nos últimos cinco anos.


‘Jovens são mais propensos a acreditar na vida após a morte’


A proporção de britânicos que dizem que Deus não é importante em suas vidas dobrou desde a década de 1980, de 28% para 57% em 2022 — um recorde.


A crença na vida após a morte permaneceu constante desde 1981, com pouco menos da metade da população acreditando neste último ano. Da mesma forma, 26% dos britânicos disseram acreditar no inferno, permanecendo praticamente inalterados nas últimas quatro décadas.


Apesar de serem menos religiosos do que as gerações mais velhas, os mais jovens são mais propensos a acreditar na vida após a morte: 51% da geração Z, 53% da geração do milênio e 52% da geração X, em comparação com 35% dos Baby Boomers e 39% da geração pré-guerra.


Os níveis de oração e participação em serviços religiosos também foram muito mais baixos no Reino Unido do que em outros países. Apenas uma em cada 10 pessoas disse que frequentava um serviço religioso a cada semana.


‘Desenvolvimento da religiosidade e espiritualidade’


Bobby Duffy, professor de políticas públicas e diretor do Instituto de Políticas do King's College London, disse: “Nosso apego cultural à religião organizada continuou a diminuir no Reino Unido, mas nossa crença de que há algo além desta vida continua forte, incluindo entre as gerações mais novas”. 


“Este é um período importante no desenvolvimento da religiosidade e espiritualidade em países ocidentais como o Reino Unido, onde os resultados mostram que, embora as gerações mais jovens continuem a ter menor apego à religião formal, muitos deles têm uma necessidade semelhante ou até maior de acreditar que há mais que isso”, continuou. 


“E, claro, esses tipos de estudos internacionais mostram que o declínio da religião organizada não é realmente uma história global, já que continua a crescer e florescer em muitos países ao redor do mundo, e essas mudanças são realmente restritas a países como o Reino Unido”, concluiu. 


Guiame/Liberdade FM - Foto - Divulgação